Na beira de um lago silencioso, Elias observava a cidade ao longe, suas luzes brilhando como ouro falso.
Lembrava-se das palavras de Salomão: “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.
Quando jovem, havia acreditado que o valor de um homem se media pelo peso de suas moedas.
Agora, com as mãos vazias e o coração leve, entendia Sêneca: “O homem pobre não é o que tem pouco, mas o que deseja muito”.
Viu um comerciante passar, carregando mais riquezas do que poderia contar, mas com o rosto cansado e a mente distante.
Perguntou-se se aquele peso era fortuna ou corrente.
O vento soprou entre as árvores, lembrando-lhe que nenhum império resiste ao tempo.
Fechou os olhos e agradeceu por ter aprendido a ter paz sem possuir tudo.
Pois, no fim, a verdadeira grandeza é ser livre de querer ser grande.
E quem encontra esse tesouro, já não teme a pobreza nem a morte.