O homem que remou 50.000 km até a Austrália e foi preso ao chegar

​Oskar Speck foi um aventureiro alemão que partiu em 1932 com um caiaque dobrável, com a intenção inicial de trabalhar nas minas de cobre do Chipre. Em vez disso, sua jornada se estendeu por uma odisseia de sete anos que abrangeu mais de 50.000 quilômetros.
​Ele remou rios como o Danúbio e o Vardar antes de enfrentar águas costeiras e mares abertos na Grécia, Síria, Iraque e Golfo Pérsico. Ao longo do caminho, enfrentou malária, roubos, tempestades e até mesmo um ataque de ilhéus na Indonésia. Apesar dos contratempos, ele seguiu adiante pelo Sul e Sudeste Asiático, muitas vezes sobrevivendo com pouco mais do que cocos, sardinhas e a hospitalidade dos moradores, que se maravilhavam com seu caiaque dobrável.

​Em 1939, Speck chegou à Nova Guiné, finalmente cruzando as águas australianas na Ilha Saibai, logo após o início da Segunda Guerra Mundial. Em vez de ser recebido como um herói, foi preso como estrangeiro inimigo e internado nos campos de Tatura e Loveday até 1946.
​Após sua libertação, permaneceu na Austrália, dedicando-se à mineração de opala em Lightning Ridge e, mais tarde, tornando-se um negociante de sucesso. Embora tenha vivido discretamente e nunca tenha buscado reconhecimento, sua remada solo recorde permanece incomparável. Em suas próprias palavras, ele estava "satisfeito" apesar da falta de fama, aceitando que a guerra ofuscou feitos individuais como o seu. Speck faleceu em 1993, aos 86 anos.

Em 2007, caçadores inupiat do Alasca fizeram uma descoberta impressionante: durante uma caçada tradicional, encontraram um fragmento de um arpão explosivo do século XIX cravado no corpo de uma baleia-da-Groenlândia (Balaena mysticetus). Esse arpão, patenteado por volta de 1880, indicava que o animal havia sobrevivido a uma tentativa de caça há mais de 100 anos. Após análise, cientistas estimaram que a baleia tinha cerca de 130 anos na época da captura, sugerindo que ela poderia ter nascido por volta de 1877.

Além de sua impressionante longevidade, essas baleias carregam marcas de um período em que a caça quase levou a espécie à extinção, tornando cada indivíduo um verdadeiro “cápsula do tempo”.