"[...] Talvez devêssemos nos lembrar das palavras de David W. Griffith, um dos grandes pioneiros da sétima arte. Ele disse certa vez: “O que falta ao cinema moderno é beleza, a beleza do vento que sopra nas árvores”. Sua referência ao vento inevitavelmente nos remete a uma passagem do Evangelho de João: “O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (3:8). Nesse sentido, caros cineastas, experientes e iniciantes, convido-os a fazer do cinema uma arte do Espírito."

Papa Leão XIV, 15 de novembro de 2025

Encontro com o Mundo do Cinema

Quando Deus estiver invisível atrás do mundo, o conteúdo do mundo se tornará novos deuses; quando os símbolos da religiosidade transcendente são banidos, novos símbolos se desenvolvem a partir da linguagem mundana da ciência para tomar seu lugar. Como a ecclesia cristã, a comunidade mundana também tem seu apocalipse; ainda assim, os novos apocalípticos insistem que os símbolos que criam são julgamentos científicos.

— Eric Voegelin, "Modernidade sem limites"
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É fácil compreender que essa revolução da auto-imagem humana promovida pelo cristianismo teve no mundo greco-romano o impacto traumático de um corte do cordão umbilical. O advento do Cristianismo encerrava a era do Estado sacerdotal protetor e inaugurava a do homem religioso autônomo e solitário. A importância fundamental que teve o monasticismo (monakos = monge = solitário) no desenvolvimento da nova civilização é um sinal eloqüente do teor básico da sua vocação. Não somente o Império povoa-se de monastérios, mas há uma verdadeira corrida para o deserto: milhares de anacoretas evadem-se do falatório urbano, não para buscar as consolações factícias do Jardim de Epicuro, mas para experimentar na extrema solidão o acesso a uma nova profundidade da vida interior. Não se trata apenas de uma retirada. Eles vão em busca de um espírito regenerador e, ao voltarem para junto de seus semelhantes, o trazem consigo. É desses homens fugidos do mundo que nasce o novo mundo.

- Olavo de Carvalho, O Jardim das Aflições.

Ó curioso, que te afliges e que expandes tua atividade em muitas direções, vá, não digo à formiga, mas à abelha e aprende dela a sabedoria.
A abelha não pousa sobre muitas espécies de flores etc.
De seu exemplo, aprende a não dar ouvido às diversas flores de palavras, aos diversos livrecos; e não deixes uma flor para passar a outra como fazem os exigentes que sempre desfolham livros, criticam as pregações, pesam as palavras, mas nunca chegam à verdadeira ciência; tu, porém, recolhe de um livro aquilo que te serve e coloca-o na colmeia de tua memória.

— Santo Antônio de Lisboa, Sermão do XI domingo depois de Pentecostes
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